O evento, idealizado por Alex Bernardes, fundador e presidente da Expo, é uma combinação de várias ideias e referências acumuladas ao longo de sua trajetória no turismo LGBT+ desde 2008. Em uma entrevista exclusiva, Bernardes compartilhou sua visão e os objetivos por trás da criação da Expo.
"A Expo nasceu de uma junção de várias ideias e referências. Trabalhei com turismo LGBT desde 2008 e participei de muitas palestras internacionais, além de visitar diversas feiras e eventos do segmento na Argentina, Europa e Estados Unidos. Sempre pensei que o Brasil tinha potencial para ter um evento parecido, reunindo produtos e agentes de viagem interessados nesse mercado", explica Bernardes.
A primeira edição da Expo ocorreu no Rio de Janeiro em 2021, seguida por outra bem-sucedida em 2022. No entanto, Bernardes sentiu a necessidade de expandir para São Paulo, reconhecendo a cidade como o maior mercado emissor de turistas LGBTs e um centro crucial para agentes de viagem. "Essa é a primeira edição do evento em São Paulo e estamos muito felizes com o resultado", afirma.
Bernardes enfatiza que a segurança é a principal preocupação do turista LGBT+ ao escolher um destino ou produto. "Ele quer a garantia de que será bem recebido, bem tratado e que será seguro para ele estar naquele ambiente. Todos os expositores presentes são destinos, hotéis, produtos e serviços que são referências nesse tema, tanto no Brasil como no exterior."
A programação da Expo incluiu palestras cuidadosamente selecionadas, abordando temas relevantes como turismo LGBT+ e espiritualidade, a convergência com o luxo e a nova geração de turistas LGBT+. "Queremos entender se o mercado brasileiro está preparado para receber essa nova geração que já cresceu fora do armário e performa fora dos padrões tradicionais", destaca Bernardes. Além disso, houve painéis para ensinar agentes de viagem e operadores a montar pacotes e definir roteiros específicos para este segmento.
A LGBT + Turismo Expo atraiu expositores de diversas partes do mundo, incluindo Japão, Europa, Estados Unidos e América Latina. Bernardes ressaltou a importância de uma curadoria rigorosa na escolha dos expositores. "Não basta apenas pagar para estar aqui expondo. O destino ou produto precisa estar comprometido com o nosso segmento, recebendo bem o turista LGBT+. Antes de aceitar qualquer expositor, fazemos uma pesquisa para entender como eles trabalham o tema e se têm um compromisso concreto."
Quanto ao futuro do turismo LGBT+ Bernardes vê um caminho promissor. "Nosso objetivo é transformar a indústria do turismo em uma indústria mais inclusiva, diversa e aberta à diversidade. Comparado a dez anos atrás, evoluímos muito. O Brasil é um dos países com maior número de leis e projetos avançados para este segmento. Aos poucos, vamos sensibilizando o setor de turismo e nos aproximando do mundo ideal que procuramos."
O evento contou com 64 expositores e 8 co-expositores do Mato Grosso do Sul, além de 930 inscritos, evidenciando o crescente interesse e relevância do turismo LGBT+ no cenário nacional.
Reportagem e foto: Mary de Aquino.